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Uma das regiões do Brasil mais atingidas pela insegurança alimentar é a Amazônia que precisa garantir avanços em políticas públicas específicas e descentralizadas, que garantam produção de alimentos atenta à diversidade alimentar da região e um aumento do protagonismo local nos debates e iniciativas de pesquisa em busca de soluções.
Este é o diagnóstico dos membros da Rede de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), que, nesta quarta-feira (24), abriram as atividades do 1º Encontro da Amazônia Legal de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, em Belém, que é uma realização da Rede Penssan e Universidade Federal do Pará (UFPA), e termina nesta quinta-feira (25), na UFPA.
Coordenadora da Rede Penssam, a nutricionista Sandra Chaves ressaltou no evento as dimensões dos desafios levados à mesa de debates: a insegurança alimentar grave (fome) atinge 25,7% dos lares da região Norte, e 30% dos domicílios no Pará.
“A região Norte tem apresentado uma elevada prevalência de domicílios em situação de fome”.
Os dados citados são do 2º VIGISAN – Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil e datam de 2022.
Ela afirmou que, em 2014, o Brasil saiu do mapa da fome e houve uma redução muito importante da insegurança alimentar e da fome em todo o País.
“No entanto, quando nós paramos as políticas públicas, as políticas de Estado, nós retrocedemos. Então é todo um trabalho de reconstrução, de retomada e de reconquista do direito humano à alimentação adequada e saudável”
, afirmou.
Professora da Faculdade de Nutrição da UFPA, Nadya Alves Santos disse que a região amazônica está em um cenário de insegurança alimentar, seja da forma leve até a forma grave.
“E aqui no Pará o cenário de insegurança alimentar também é muito grave, em especial nas regiões ribeirinhas e de populações mais afastadas da capital”, afirmou.
“Nós, da Amazônia Legal, precisamos ter esse protagonismo nessa discussão, já que nós somos uma das regiões do Brasil mais atingidas pela insegurança alimentar”
, afirmou.
Nadya disse que é necessário discutir políticas públicas voltadas e focadas para a região amazônica:
“As políticas precisam estar direcionadas para o cenário aqui, que é um cenário que a gente tem muito específico e que, na maioria das vezes, as políticas não são pensadas descentralizadas. E, aqui, a gente precisa de políticas específicas para a insegurança alimentar. Que pense, por exemplo, aspectos relacionados à produção de alimentos, à diversidade alimentar e à diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados”.
Informações O Liberal