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O cuidado com os animais, além de ser um compromisso, é uma responsabilidade moral e social. Um papel político e humanitário. Apesar de serem nossos companheiros, a realidade, para a maioria desses animais, é muito diferente, sejam aqueles que foram adotados ou não. É comum observamos, em uma realidade não muito distante, tutores que se desfazem dos seus animais, quando estes, vem causar qualquer inconveniência em suas rotinas. É comum não enxergamos os animais no nosso dia a dia, nos munindo de uma irresponsabilidade desmedida. É comum desrespeitarmos estes seres vivos, que por muitas vezes, são capazes de demonstrar mais amor do que muitos seres humanos. É comum, usarmos da nossa racionalidade para maltratar esses seres indefesos ou não nos dignarmos a alimentá-los ou saciar sua sede.
A solução para esse problema pode ter várias vertentes, podendo começar com resoluções pequenas e partindo, de cada um de nós, ou por meio de órgãos públicos, que utilizem do seu poder para melhorar a vida dos animais, já que, também é uma obrigação do Estado. Além disso, a educação é a principal arma para a mudança da mentalidade dos seres humanos, mostrando, desde muito cedo, que tal como os humanos, os animais merecem respeito, amor e proteção, criando uma geração mais consciente e compassiva, que não se isenta de suas responsabilidades básicas.
No ano de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) computou, no Brasil, aproximadamente, 30 milhões de animais abandonados, compreendendo entre eles, 10 milhões de gatos e o restante de cães. Apesar de constar em legislação, desde 1998, que o abandono é considerado crime no Brasil, apenas em 2020, a Lei Federal 14.064/20 aumentou as penalidades para casos de maus-tratos, com pena de reclusão de dois a cinco anos, multa ou proibição da guarda. Obviamente, existe uma grande barreira entre o cumprimento da lei, já que, para isso acontecer, é necessário o apoio dos órgãos de segurança pública, que também são responsáveis pelos cuidados com os animais. Dessa forma, ao ter ciência, que um animal esteja em situação de risco, é nossa responsabilidade, legal e humana, acionarmos a segurança pública, indo a delegacia mais próxima e registrando um boletim de ocorrência (BO). Para isso, ao refletirmos sobre o que significa ser responsável pelo bem-estar dos animais, devemos nos comprometer não apenas a protegê-los contra o sofrimento, mas também a criar um mundo onde possam viver com dignidade, respeito e liberdade.
No município de Tailândia, Pará, há uma Associação Protetora de Animais (APAT), que busca, por seus próprios recursos, tirar esses animais da rua e fornecer condições dignas de sobrevivência. No entanto, ha muitas dificuldades a serem enfrentadas, falta de recursos financeiros, poucos voluntários, baixo apoio governamental, que traria, maior visibilidade e mais ajuda monetária. Porque, muito além de alimentar os animais, é necessário cuidar da saúde deles, que muitas vezes se encontra debilitada, por estarem em condições ruins nas ruas, tal como, a manutenção do local, pagamento do caseiro e despesas básicas relacionadas ao local onde esses animais são abrigados. Muitas vezes, uma ajuda, que parece pequena, pode fazer a diferença na vida de muitos animais. Com a ajuda necessária, muito outros animais poderiam ser resgatados e retirados de condições indignas. Com esse texto, convido vocês, para conhecer o abrigo, tal como participarem dessa corrente do bem. Afinal, a APAT está prestando um serviço público, retirando esses animais da rua e fazendo o papel que todos nós poderíamos fazer.

Eunice Limar / Dra. em Agronomia