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O professor Alysson Muotri, da Universidade da California de San Diego (EUA), será o primeiro cientista brasileiro, e pai de autista, a viajar pela NASA para a Estação Espacial Internacional, estudando o envelhecimento e transtornos neurológicos com “mini cérebros”. A preparação inclui desafios técnicos e logísticos, com experimentos inovadores para compreender o cérebro humano, e buscar tratamento e alternativas para melhorar a qualidade de vida de portadores de autismo e do Alzheimer .

No fim de 2025, Muotri vai viajar aproximadamente 400 km de altitude até a Estação Espacial acompanhado de quatro astronautas, no foguete da SpaceX, o Falcon 9. O objetivo será estudar o impacto da microgravidade no cérebro. As ferramentas de pesquisa serão “mini cérebros”(organoides cerebrais, como chamam os cientistas) que imitam as funções de cérebros de bebês.

“Mini Cérebros”

Os pequenos órgãos artificiais buscam compreender as disfunções das redes neuronais de pacientes com transtornos mentais, como por exemplo, o autismo, conforme relatado por Muotri. Por meio das respostas das células produzidas, é possível testar diferentes tipos de medicamentos.

Esta pesquisa não representa apenas a busca de resultados, mas a abertura de novas fronteiras para o conhecimento humano, que marca o coração de um pai para os limites da ciência. Os mini cérebros foram enviados ao espaço em 2019, em colaboração com a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) e a Universidade da Califórnia, juntamente à equipe do cientista brasileiro. Durante o processo de investigação, foi constatado que as células cerebrais envelhecem mais rapidamente no ambiente espacial: aproximadamente 10 anos em um mês.

Autismo e Alzheimer

Além das condições neurais (autismo, Alzheimer), serão experimentos de microgravidade para proteção do cérebro do astronauta. Eles acabam voltando à Terra depois de um período no espaço com problemas de cognição. Aprendizado e memória são afetados, relatou Muotri à reportagem.

Por conta dessa aceleração no envelhecimento, Muotri deverá ir ao espaço justamente para realizar pesquisas relacionadas aos minicérebros. O objetivo é executar os experimentos mais complexos e, assim, ajudar a tão sonhada colonização espacial contra os receios dos efeitos da microgravidade.

Informações O Globo