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A navegação de cabotagem é um tipo de navegação comercial entre portos do mesmo país. No âmbito estatal, foi perseguida no início do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) até a total privatização do setor. Hoje está revolucionando o transporte de grãos pelos rios da Amazônia.

No dia 22 de fevereiro, partiu de Porto Velho (RO), com destino ao Porto de Santarém (PA) o maior comboio fluvial de transporte de grãos do Brasil. A operação, realizada pela Bertolini, grupo empresarial que atua nos segmentos de logística, mobiliário, automação e outros, envolve 30 barcaças transportando mais de 75 mil toneladas de grãos, volume equivalente ao carregamento de 1.500 caminhões.

O Brasil é fortemente dominado pelo modal rodoviário, segundo Confederação Nacional dos Transportes (CNT), cerca de 61% das cargas circulam no Brasil pelas rodovias. Porém, as empresas têm visado cada vez mais os outros modais de transporte, incluindo a navegação de cabotagem. 

O transporte fluvial de grãos tem desempenhado um papel estratégico no escoamento da produção do Centro-Oeste brasileiro, pois tradicionalmente a produção desta região sempre foi transportada por rodovias até os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), os grãos agora seguem pelos rios da margem sul do Amazonas até terminais em Itacoatiara (AM), Santarém (PA), Porto Velho (RO) e Belém (PA), onde são armazenados e transbordados para navios de exportação. 

Esse modelo logístico tem contribuído para a expansão da fronteira agrícola do Brasil. Porém, para garantir o êxito da operação, cabe aos órgãos ambientais as necessárias licenças sobre os impactos à fauna e à flora com este tipo de transporte.