Por Danielle Farias, Especialista em Autismo e Análise do Comportamento Aplicada, Fundadora do Instituto Acreditar Maria de Lurdes

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No dia 21 de março, celebramos o Dia Mundial da Síndrome de Down, uma data dedicada à conscientização e à promoção dos direitos das pessoas com essa condição genética. Infelizmente, ainda enfrentamos preconceitos que levam à infantilização e à subestimação das capacidades desses indivíduos. O capacitismo, discriminação baseada na deficiência, é uma barreira significativa que precisamos derrubar para construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva.

Entendendo a Síndrome de Down

A Síndrome de Down é uma alteração genética causada pela presença de uma cópia extra do cromossomo 21, resultando em três cromossomos nesse par específico. Essa condição, conhecida como trissomia 21, leva a características físicas e cognitivas particulares, mas não define as habilidades ou potencialidades de uma pessoa. Cada indivíduo com Síndrome de Down é único, com suas próprias características, talentos e desafios.

Combatendo o Capacitismo e o Preconceito

O preconceito contra pessoas com Síndrome de Down muitas vezes se manifesta na suposição de que são eternamente infantis ou incapazes de realizar determinadas tarefas. Essa visão limitada desconsidera a individualidade e as capacidades de cada pessoa. É essencial reconhecer que, assim como qualquer indivíduo, pessoas com Síndrome de Down possuem uma ampla gama de habilidades e potencialidades.

Exemplos Inspiradores de Superação

Diversas pessoas com Síndrome de Down têm desafiado estereótipos e alcançado feitos notáveis:

• Jamie Brewer: Atriz e ativista americana, foi a primeira pessoa com Síndrome de Down a desfilar na New York Fashion Week. Conhecida por seus papéis na série “American Horror Story”, Jamie é uma defensora ativa dos direitos das pessoas com deficiência.  

• Pablo Pineda: Espanhol, é o primeiro europeu com Síndrome de Down a obter um diploma universitário em Educação. Além disso, é ator e autor, dedicando-se à promoção da inclusão e da diversidade.

• Cacai Bauer: Brasileira, é a primeira youtuber do país com Síndrome de Down. Com mais de 270 mil inscritos em seu canal, Cacai compartilha seu cotidiano e desafios, promovendo a inclusão e quebrando preconceitos. 

Reconhecendo a Individualidade

É fundamental entender que, apesar de compartilharem a condição genética, pessoas com Síndrome de Down não são todas iguais. Cada uma possui suas próprias características, interesses e habilidades. Assim como no espectro autista ou em qualquer outra condição, há uma diversidade interna que deve ser respeitada e valorizada.

Promovendo o Suporte Adequado

Para que pessoas com Síndrome de Down alcancem seu pleno potencial, é crucial identificar e fornecer o suporte necessário. Isso inclui desde adaptações educacionais até oportunidades de emprego e participação social. Acreditar nas capacidades desses indivíduos e oferecer as ferramentas adequadas são passos essenciais para uma inclusão verdadeira.

Fundação Pestalozzi

No Pará, a Fundação Pestalozzi, criada em 15 de outubro de 1955, é uma organização não governamental (ONG) filantrópica e de Utilidade Pública, uma referência em assistência social e educação para pessoas com deficiência, incluindo aquelas com Síndrome de Down. 

Conclusão

Neste Dia Mundial da Síndrome de Down, somos convidados a refletir sobre nossos preconceitos e a trabalhar ativamente para uma sociedade mais inclusiva. Ao reconhecer e celebrar as conquistas de pessoas com Síndrome de Down, reafirmamos nosso compromisso com a igualdade, o respeito e a valorização da diversidade humana.